domingo, 3 de junho de 2012

De Joelhos


[ Oh, o meu homem, eu o amo demais,/ Ele nunca vai saber.../ Toda a minha vida é apenas desespero,/ Mas eu não me importo./ Quando ele me toma em seus braços,/ O mundo é brilhante, perfeito.../ Qual é a diferença, se eu disser que eu vou embora/ Quando eu sei que vou voltar de joelhos logo, logo?/ Oh, o que quer que meu homem seja,/ Eu sou dele para sempre... ] * [ Barbra Streisand ]

[ Sur cette terre, ma seule joie, mon seul bonheur,/ C'est mon homme.../ J'ai donné tout ce que j'ai,/ Mon amour et tout mon coeur/ A mon homme./ Et même la nuit/ Quand je rêve, c'est de lui,/ De mon homme./ Ce n'est pas qu'il est beau, qu'il est riche ni costaud,/ Mais je l'aime, c'est idiot,/ Je me fout es coups,/ Je me prend me sous,/ Je suis à bout,/ Mais malgré tout que voulez-vous...  * [ Edith Piaf ]






Possessão. Completa, autoconcedida.
Jugo. Por vontade própria subjugado.
Um mundo brilhante onde o seu sorriso existe.
Vozes de sopranos e operetas, encantos de magia meiga e infantil.
O castanho onde seus olhos mergulham e onde me afogo,
Suas piadas quando o dia começa e quando ele adormece,
E eu adormeço junto em seu regaço
Me julgando ditoso, o mais ditoso entre os homens,
Quando estou em seus braços em meio à escuridão da madrugada.
Um lugar que me possui, um aperto que me liberta,
Pois se eu dele saísse voltaria de joelhos, muito em breve
Atrás do ar para meu peito colabado. Meu pneumotórax.
É você, meu homem, criança e idoso, adulto.
Meu motivo, meu álibi e meu desejo,
Minha alma em proporções épicas,
Uma eternidade que você me ensinou a conter em meu coração,
Mas que transborda ao simples toque de suas mãos...


[ Nota 1: ] O vídeo mostra um número da série "Glee", com a música "My Man" interpretada por Lea Michelle e que é  originalmente interpretada por Billie Holliday, Edith Piaf e também por  Barbra Streisand no final do filme "Funny Girl" (1968), homônimo da peça da Broadway, pelo qual ela recebeu um Oscar de Melhor Atriz.

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Por Raphaël Crone.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

In the Cold Light of Morning...

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Music: i'ts primal, it's visceral, it's about coming to life... [ Madonna ]

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Por Raphaël Crone.

Some Velvet Morning...

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Por Raphaël Crone.

Recordação: Março/2008...

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Por Raphaël Crone.

Devastação e Luzes Brilhantes

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Preciso devastar-me, explodir as estruturas que me sustentam e reeguê-las,
Preciso apagar as minhas luzes.
Preciso de dinamite, de gás tóxico, de mortandade,
Para a partir daí reconstrui-me novo, como a primavera.
Preciso de amnésia, para que as lembranças possam depois brilhar.

Preciso de apatia, para que dela brote energia e vontade,
Preciso de revolta, para que da revolução nasça o armistício em mim,
Preciso de meus tratados de paz não assinados.
Quero o torpor, para que dele eu renasça lúcido,
Preciso da confusão, para que eu compreenda a sobriedade.

Preciso de retaliação, para que dela eu faça jorrar a caridade,
O egoísmo, para que dele eu arranque empatia,
Como os olhos que são arrancados em tortura vil.
Preciso de tempestades e enchentes, para que lavem os jardins murchos,
E para que o sol vindouro faça renascer as flores em mim.

Preciso de cacos quebrados, para que deles eu reconstrua meu corpo,
Preciso do temor da morte para que eu compreenda a vida,
Preciso de inanição, para que eu entenda como me fortalecer.
Sobretudo, preciso da solidão, para que aprecie a minha própria companhia,
E para que, assim, eu possa desencadear novas devastações e novos renascimentos em mim.

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Por Raphaël Crone.

Uma Mente Perigosa

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Infância perturbada, delírios fanático-religiosos,
Um homem mal formado sendo gerado na cabeça de um menino.
A pele intacta, cabelos e exteriores,
Porém mais adentro esgares de neurônios ineficazes e melancólicos,
Frêmitos imaginativos buscando a saciedade mórbida,
Mortal auto sublimação.

Adolescência perturbada, abusos e agressões fortuitas,
Gratuitas, aclamadas por uma mente perigosa.
Experimentações vorazes, psicopatias,
Desentranhamentos de emoções contidas,
Mas que emoções?
Sexualidade disfuncional e funesta, o prazer que existe na dor.

"Há um pouco de satisfação em um pouco de dor",
Dor auto inflingida e sobretudo inflingida aos outros,
Castrações e coações, a roda da imaginação onde o rato já morreu,
Onde o seu fantasma demoníaco a faz girar, através de soturnos movimentos fulgazes.
A busca pelo prazer desvirtuado, pelo mórbido contentamento,
A dor inflingida aos outros, o orgasmo disfuncional.

Crianças e adolescentes, desejos de um homem mal formado,
Suas juventudes, suas inocências, seu sangue e sua carne,
Rompidos, lacerados, conspurcados e violentados,
Famílias sem notícias.
Um homem mal formado que viajava e trabalhava como pintor de casas,
Que vagueava por vielas e becos, espreitando, maquinando violências mil.

Longe da graça, retaliações,
Panelas e fornos fumegantes, crianças dentro das panelas,
Coxas, nádegas, vísceras e fressuras,
Uma brilhante taça com tinto sangue, goles vampíricos,
O fim de alguém que tanto podia ter sido,
Agora entranhado às entranhas de um assassino.

Cartas e pistas, histórias de fomes na China,
Canibalismo e gosto em ser canibal. Um deslize, captura,
Julgamento e alucinações, mais mentiras.
No olhar, nenhum vislumbre de arrependimento, auto justificações.
Cadeira elétrica, fumaça e carne queimada, fim de uma existência abjeta,
Mais uma mente perigosa que adormeceu.

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Por Raphaël Crone.