quinta-feira, 24 de maio de 2012

In the Cold Light of Morning...

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Music: i'ts primal, it's visceral, it's about coming to life... [ Madonna ]

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Por Raphaël Crone.

Some Velvet Morning...

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Por Raphaël Crone.

Recordação: Março/2008...

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Por Raphaël Crone.

Devastação e Luzes Brilhantes

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Preciso devastar-me, explodir as estruturas que me sustentam e reeguê-las,
Preciso apagar as minhas luzes.
Preciso de dinamite, de gás tóxico, de mortandade,
Para a partir daí reconstrui-me novo, como a primavera.
Preciso de amnésia, para que as lembranças possam depois brilhar.

Preciso de apatia, para que dela brote energia e vontade,
Preciso de revolta, para que da revolução nasça o armistício em mim,
Preciso de meus tratados de paz não assinados.
Quero o torpor, para que dele eu renasça lúcido,
Preciso da confusão, para que eu compreenda a sobriedade.

Preciso de retaliação, para que dela eu faça jorrar a caridade,
O egoísmo, para que dele eu arranque empatia,
Como os olhos que são arrancados em tortura vil.
Preciso de tempestades e enchentes, para que lavem os jardins murchos,
E para que o sol vindouro faça renascer as flores em mim.

Preciso de cacos quebrados, para que deles eu reconstrua meu corpo,
Preciso do temor da morte para que eu compreenda a vida,
Preciso de inanição, para que eu entenda como me fortalecer.
Sobretudo, preciso da solidão, para que aprecie a minha própria companhia,
E para que, assim, eu possa desencadear novas devastações e novos renascimentos em mim.

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Por Raphaël Crone.

Uma Mente Perigosa

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Infância perturbada, delírios fanático-religiosos,
Um homem mal formado sendo gerado na cabeça de um menino.
A pele intacta, cabelos e exteriores,
Porém mais adentro esgares de neurônios ineficazes e melancólicos,
Frêmitos imaginativos buscando a saciedade mórbida,
Mortal auto sublimação.

Adolescência perturbada, abusos e agressões fortuitas,
Gratuitas, aclamadas por uma mente perigosa.
Experimentações vorazes, psicopatias,
Desentranhamentos de emoções contidas,
Mas que emoções?
Sexualidade disfuncional e funesta, o prazer que existe na dor.

"Há um pouco de satisfação em um pouco de dor",
Dor auto inflingida e sobretudo inflingida aos outros,
Castrações e coações, a roda da imaginação onde o rato já morreu,
Onde o seu fantasma demoníaco a faz girar, através de soturnos movimentos fulgazes.
A busca pelo prazer desvirtuado, pelo mórbido contentamento,
A dor inflingida aos outros, o orgasmo disfuncional.

Crianças e adolescentes, desejos de um homem mal formado,
Suas juventudes, suas inocências, seu sangue e sua carne,
Rompidos, lacerados, conspurcados e violentados,
Famílias sem notícias.
Um homem mal formado que viajava e trabalhava como pintor de casas,
Que vagueava por vielas e becos, espreitando, maquinando violências mil.

Longe da graça, retaliações,
Panelas e fornos fumegantes, crianças dentro das panelas,
Coxas, nádegas, vísceras e fressuras,
Uma brilhante taça com tinto sangue, goles vampíricos,
O fim de alguém que tanto podia ter sido,
Agora entranhado às entranhas de um assassino.

Cartas e pistas, histórias de fomes na China,
Canibalismo e gosto em ser canibal. Um deslize, captura,
Julgamento e alucinações, mais mentiras.
No olhar, nenhum vislumbre de arrependimento, auto justificações.
Cadeira elétrica, fumaça e carne queimada, fim de uma existência abjeta,
Mais uma mente perigosa que adormeceu.

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Por Raphaël Crone.