sábado, 10 de janeiro de 2009

A Coisa Mais Linda do Mundo é o Sentimento.

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Você me descobriu naquele fim de noite,
Madrugada alta, insentida,
Perdido em meio à multidão ouriçada que se movia frenéticamente,
Uma movimentação vazia,
Música pulsante, coração distraído.
Tocou-me de forma ousada e eu lhe vi, uma primeira vez.
Um susto, um estranhamento, um sorriso,
Um primeiro beijo. Lábios unidos, corações recém-descobertos,
O dilúvio de sensações.

Você, tão bêbado, eu, tão absorto,
Um encontro interessantemente desnorteado.
A descoberta dos Andes, o início da colonização do meu então-tão-só-coração.
Um semana. Suficiência. Seu toque, minha total suficiência,
Incapaz de auto-sustentar-me sem o seu sorriso bobo.
Sua abnegação, seu cuidado para comigo, as noites de carinho incessante,
Você, o remédio para a minha rinite e meu desassossego.
A razão de minha espera, sua seriedade e sua espirituosidade.
Você, minha razão suficiente.

Uma breve separação, quão suficiente para me fazer sofrer!
Um inverno prematuro, o pranto no carro,
As lágrimas consoladas na alcova,
A promessa do reencontro, o acreditar.
Acredito em você: a necessidade de sua suficiência.
Minha esperança, minha urgência, minha impaciência.
Você, governador de meu dia, insuflador de ânimo,
O que molda o frágil barro, meu coração.
Sentimental, mas seu. Doado por própria vontade.
Vontade imensa, que não morre, minha vontade de você.

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Por Raphaël Crone.