quarta-feira, 20 de maio de 2009

Mon Âme.

-- [ Tu es ma came,/ Mon toxique, ma volupté suprême./ Mon rendez-vous chéri et mon abîme,/ Tu fleuris au plus doux de mon âme./ Tu es ma came,/ Tu es mon genre de délice, de programme./ Je t'aspire, je t'expire et je me pâme,/ Je t'attends comme on attend la manne./ Tu es ma came,/ J'aime tes yeux, tes cheveux, ton arôme./ Viens donc là que j'te goûte que j'te hume,/ Tu es mon bel amour, mon anagramme./ Tu es ma came,/ Plus mortelle que l'héroïne afghane,/ Plus dangereux que la blanche colombienne,/ Tu es ma solution, mon doux problème./ Tu es ma came,/ A toi tous mes soupirs, mes poèmes,/ Pour toi toutes mes prières sous la lune,/ A toi ma disgrâce et ma fortune./ Tu es ma came,/ Quand tu pars c'est l'enfer et ses flammes,/ Toute ma vie, toute ma peau te réclamenton,/ Dirait que tu coules dans mes veines./ Tu es ma came,/ Je me sens renaître sous ton charme,/ Je te veux jusqu'à en vendre l'âme,/ À tes pieds je dépose mes armes./ Tu es ma came, tu es ma came. ] * [ Carla Bruni ]


Eu sussurro à francesa em seus ouvidos,
Enquanto um violão lamurioso geme perdido no espaço:

[ Você é meu vicio, você é meu vicio.
O meu produto tóxico, a minha volúpia suprema.
O meu encontro preferido e meu abismo.


Você até faz a minha alma mais doce.
]

Você até faz a minha alma mais doce.

Eu mordisco a sua orelha e sinto que o eu-você nos arrepiamos.
Eu toco o seu peito e encontro um mamilo:
Você, o meu vicio.
À francesa, eu "francesamente" prossigo meu lamento:

[ Você é meu vicio. É o meu tipo de delicia, de programa.
Eu te aspiro, eu te expiro e desmaio.
Eu te espero como se espera o maná.
Você é meu vicio,
Gosto dos teus olhos, dos teus cabelos, do teu aroma.


Venha, então eu te enrolo e eu te fumo.
Você é o meu belo amor, o meu anagrama.
Você é meu vicio,
Mais mortal que a heroína afegã,
Mais perigoso que a cocaína colombiana.
Você é a minha solução, o meu doce problema.
]
Eu me debruço sobre as suas costas nuas.
Eu aliso a sua pele como tecido, eu lambo a sua nuca como um gato,
Eu junto a nudez de minha pele à da sua,
Eu saboreio o silêncio e o sorriso malicioso que o seu rosto esboça,
Eu finjo aquietar-me, apenas para recomeçar,
Insistente:

[ Você é meu vicio,
A você todos os meus suspiros, os meus poemas.
Para você, todas as minhas orações e a lua.
A você a minha desgraça e a minha fortuna.
Você é meu vicio,
Quando vai embora, é como o inferno e as suas chamas,


Toda minha vida, toda minha pele te reclama,

Diria-se que você escorre nas minhas veias.
]
Eu me viro e lhe encontro, frente a mim,
Lábio a lábio, sua alva tez frente a minha alva tez,
Cesso as poesias, porque existe um momento,
Onde a vida começa,
Em que toda a poesia é vã, e silenciosa.
Eu lhe encontro dentro de mim e eu me encontro dentro de você.
Um vicio que me sustenta, que me sacia,
Que mata a minha fome e que inebria os meus sentidos.
Oh, mon dieu.
À francesa, ao final, eu recomeço.
Eu lhe canto com voz rouca e o violão recomeça também, ao longe,
Ainda perdido no tempo e no espaço,
Mas canta e eu o acompanho,
E você, infantilmente deitado em meus braços,
Em meio a lençóis desfeitos, me acompanha
E ouve (e sorri):

[ Você é meu vicio,
Eu te quero que até vendo a alma.


Aos teus pés eu jogo as minhas armas.

Você é meu vicio, você é meu vicio.
]

[ Nota: Os excertos destacados pertencem à canção Tu Es Ma Came, de Carla Bruni, encontrada no álbum Comme Si De Rien N'Etait. ]
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Por Raphaël Crone.