sábado, 6 de julho de 2013

Você, Minha Flor



Pensar em você é repetir-me, sem jamais, porém, entediar-me,
É tornar-me adrenalina: taquicardias, taquipneias, sudoreses, taquiarritmias,
É tornar-me excessivo, acelerado, apaixonadamente veloz em me alegrar.
Fluxos sanguíneos disputando o rush até minha cabeça, neurônios brilhando feito luminosos de neon,
Pupilas que se dilatam, narinas que se abrem ao aroma doce de sua pele quente.
Torno-me fisiologia exacerbada perante sua graça, que graciosamente me inebria,
Que me dá fome dos seus abraços, fome que dói e que me consome,
Fome que você sacia e, assim, me recompõe ao meu estado original.

Penso em você quando encontro fios do seu cabelo caídos pelos cantos da casa,
Quando estou perto e estou longe: mesmo quando estou trancado dentro de mim mesmo.
Essa paixão me corrói e me preenche, dá e toma, mata e revive,
Torna-me um ciclo, um karma, pelo qual encontro a ponta do novelo de Ariadne,
Pela qual encontro a saída do labirinto das horas,
Pela qual me desfaço e faço, pela qual sinto meu coração se iluminar feito uma tocha,
Incandescente desejo que sublima minha humanidade vã.
Você, minha flor mais linda, você: a forma mais sublime pela qual torno-me humano, afinal.

Beijo



Eu lhe beijo com lábios, mãos e olhos
E cada beijo que lhe dou me torna parte inseparável de você.
Entranho-me em suas vísceras,
Visceralmente me torno salivas e feromônios: obnubilações de consciência,
O entorpecimento dos sentidos desfeitos à sombra deste crepúsculo.
Torno-me seus lábios macios, seu nariz aquilino,
Arremesso-me, qual pesada pedra arroja-se fundo, no castanho dos seus olhos,
A brancura da sua pele me banha, qual ebúrnea chama,
Qual profusa luminosidade que me incendeia e consome.
Assim é nosso amor, resumido em um beijo:
A música que os passarinhos cantam quando lhe toco, o deslumbramento febril da noite jovem,
Jovialidades que a manhã não pode conhecer...