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[ Eu culpo a todas as pessoas, menos a mim mesma/ Minha agressividade passiva pode ser devastadora./ Eu sou assustada e desconfiada/ E você nunca conheceu ninguém tão fechada/ Como eu posso ser, às vezes./ Você enxerga tudo, você enxerga cada detalhe./ Você enxerga toda minha luz/ E você ama toda a minha escuridão./ Você sabe tudo que me deixa envergonhada./ Não há nada em mim que você não conheça/ E você continua aqui. ] * [ Alanis Morissette ]
Tão sábio e incrivelmente, tão jovem.
Me encontrou num momento tão triste
E se mostrou tão presente.
De tão fraco me fez tão forte.
De tão só me fez tão pleno.
Tão esperançoso. Honestamente bom.
Você tem sido mais que eu tenho sido
E ainda assim,
Tem sido, apenas e costumeiramente,
Você.
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Por Raphaël Crone.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Uma Pequena Odisséia
[ Inconsistência de uma atitude poética,
Ou como quiserdes, nomeai. ]
Eu rastejo, rastros no chão.
Escalo as ruínas da antiga catedral.
Gotas de sangue escorrem das mãos.
Quando chego lá no topo,
Observo a face do vento
E te vejo desaparecer com ela, enfim.
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Por Raphaël Crone.
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Um Amor Bombástico.
[ Eu quero beijar você em Paris,/ Eu quero segurar sua mão em Roma,/ Eu quero correr nua em uma tempestade,/ Fazer amor em um trem através dos campos,/ Você pôs isso em mim./ E agora? E agora?/ Quero, preciso, espero/ Por você para justificar meu amor./ Esperando, rezando/ Por você para justificar meu amor. ] * [ Madonna ]
Um amor bombástico.
Pernas, seios, mãos, lábios em efervescência.
É assim que nós funcionamos.
Bombasticamente.
Causando furor e frisson.
Uma profusão de eloquência,
Nenhum relato verbal.
É assim que eu funciono.
Bombasticamente.
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Por Raphaël Crone.
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Uma Subversão Estética.
Me dê um fio do tecido da tua blusa.
Ma douleur. Me dê.
Imperiosamente eu lhe peço: agora.
Maravilhe-se,
Mendigo-chic. Fashion beggar.
Minha calça rasgada e desfiada,
Minha camiseta branca amarrotada e manchada,
Meus cabelos desalinhados,
Óculos retrôs,
Cuia de retrós. Bandós.
Chinelas rotas, pés alvos,
Podóloga e pedicure.
Ser mendigo, hoje, não é para qualquer um, chère.
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Por Raphaël Crone.
Honestamente Ok
[ Eu só quero me sentir bem na minha própria pele,/ Eu só quero ser feliz de novo./ Eu só quero me sentir profunda no meu próprio mundo,/ Mas eu estou tão solitária,/ Que nem quero mais ser eu mesma. ] * [ Dido Armstrong ]
Eu ando pela minha casa,
Copo de café na mão,
Cigarro queimando entre os meus dedos,
Absorto e inconstante.
Eu tento me lembrar dos planos que eu fiz,
Mas a memória teima em não me obedecer.
Sinto o cheiro do incenso, que queima num canto da sala.
Feng-chui. Chinatown francesa.
Eu ando da cozinha para a sala
E da sala para o quarto.
Do quarto para o hall e do hall para a varanda.
Desassossego.
Desencontro interior. Saudades tuas.
Eu queria me lembrar de como eu era,
Mas eu era tão mais triste!
Por isso a tua lembrança morta ainda me mantem vivo.
Contraste sombrio.
A lembrança do teu abraço e do teu sorriso,
Hoje desprovida do antigo desejo de possessão.
Eu bebo o cigarro e fumo o café.
Me embriago de lucidez,
Para me perder embriagado durante a noite.
Meus dias sem mim.
A batida que ecoa e eu insisto em não ouvir.
A insustentável necessidade de desapego.
Minha insustentável vida,
E nenhum final.
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Por Raphaël Crone.
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