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[ E você é como um Jesus dos anos 90,/ Você curte suas psicoses;/ Como você se atreve?/ E você experimenta conceitos como quem escolhe canapés,/ E você come suas dúvidas como sobremesa;/ E é só eu que acho ou está quente aqui?/ Bom, pode ser que você nunca seja ou tenha um marido,/ Pode ser que nunca tenha ou segure um filho.../ Somos acordos temporários. ] * [ Alanis Morissette ]
[ Sou eu, estranhamente noturno. ]
O meu restrato de criança na parede do quarto.
Tomei-o entre as mãos. 4h57 da manhã.
Não sei bem exatamente por quê, mas,
Entre uma página e outra d'O Físico de Noah Gordon,
Chorei sobre este meu retrato infantil.
Duas amargas lágrimas molharam o papel.
Pensei que viriam outras mais, mas não.
Foram apenas duas lágrimas solitárias.
Contemplei a foto por mais um instante.
Tão eu ainda! O mesmo cabelo, apenas mais escuro agora,
A mesma expressão, quase 20 anos depois.
Guardei o retrato. Nostalgias. Existencialidades.
Um suspiro, um pensamento dissonante, uma conformação.
E O Físico continuou então contando-me sua história.
Sua longa trajetória. Medievalidades.
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Por Raphaël Crone.