sábado, 14 de fevereiro de 2009

Os Anos.

---
[ E você é como um Jesus dos anos 90,/ Você curte suas psicoses;/ Como você se atreve?/ E você experimenta conceitos como quem escolhe canapés,/ E você come suas dúvidas como sobremesa;/ E é só eu que acho ou está quente aqui?/ Bom, pode ser que você nunca seja ou tenha um marido,/ Pode ser que nunca tenha ou segure um filho.../ Somos acordos temporários. ] * [ Alanis Morissette ]

[ Sou eu, estranhamente noturno. ]

O meu restrato de criança na parede do quarto.
Tomei-o entre as mãos. 4h57 da manhã.
Não sei bem exatamente por quê, mas,
Entre uma página e outra d'O Físico de Noah Gordon,
Chorei sobre este meu retrato infantil.
Duas amargas lágrimas molharam o papel.
Pensei que viriam outras mais, mas não.
Foram apenas duas lágrimas solitárias.
Contemplei a foto por mais um instante.
Tão eu ainda! O mesmo cabelo, apenas mais escuro agora,
A mesma expressão, quase 20 anos depois.
Guardei o retrato. Nostalgias. Existencialidades.

Um suspiro, um pensamento dissonante, uma conformação.
E O Físico continuou então contando-me sua história.
Sua longa trajetória. Medievalidades.

___
Por Raphaël Crone.

3 comentários:

Anônimo disse...

e o que torna ainda mais amargo e triste e que eles continuarão a passar...

inconformação!

Raphaël disse...

Momentos, André . Crescer é tão lindo quanto nascer . Inconformações são momentos transitórios, como o que me fez parir este texto . Mas há tanto que se alegrar com a passagem dos anos! Eu me entrego a eles e não choro por isso . Não muito, pelo menos . Coisas de homem .

Raphaël disse...

Coisas de adulto . Ainda que sejamos todos crianças, que não podem se dar ao luxo de ser crianças . Enfim .