quarta-feira, 3 de abril de 2013

Gelo



Você é como uma pedra de gelo em minhas mãos:
Não consigo retê-la por muito tempo, não porque congela,
Mas porque me queima.
Minha pele se contrai ao seu toque e meus olhos esquadrinham a sua composição de mistérios;
Procuram ultrapassar a sua opacidade, fazê-la, ao menos, translúcida.
Procuro dar-lhe o calor dos meus lábios, mas você se desfaz matreira
E no momento em que eu a aproximo do sol que guardo em meu peito, você se derrete toda sobre mim,
Inundando-me todo, voltando a ser átomos dispersos e torrente finita de emoções.

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Por Raphaël Crone