quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Cenas Domésticas.

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[ Em minha alucinação,/ Eu vi meu amado jardim de flores./ Em minha vertigem, em minha tontura,/ Em minha embriaguez,/ Girando e dançando como uma roca,/ Eu me vi como a fonte da existência./ Eu estava lá desde o começo,/ Eu era o espírito do amor./ Eu anseio pela felicidade, eu peço ajuda,/ Eu quero misericórdia./ O amor que existe em mim diz:/ "Olhe para mim, ouça-me,/ Porque eu estou aqui somente para isso./ Eu sou a sua Lua e o seu luar,/ O seu jardim florido e a sua água também./ Eu percorri todo este caminho, ansioso por você,/ Sem sapatos ou manto./ Eu quero que você ria,/ Quero matar todas as suas preocupações./ Quero amá-lo, quero nutrí-lo./ Eu irei confortá-lo e curá-lo,/ Eu lhe trarei rosas". ] * [ Madonna ]


O momento em que eu deito a minha cabeça em seus braços,
Eis o que os antigos deviam conhecer por Magicka.
Nossa vida despreocupadamente comunitária,
Comunidade de eu e você, gentil e amável comunidade.
O meu banho quente que você não tolera e o seu banho frio, que eu evito tolerar.
Os nossos cafés-da-manhã, almoços às 16 horas.
Nossos sanduíches improvisados e o bife grande no jantar.
Eu o observo, eloquentemente extasiado, enquanto você diz que deveria me obrigar a comer tomates
E em resposta eu lhe ameaço ternamente com a dieta da couve-flor.
Certas coisas que apenas nós dois entendemos.
Nossos mergulhos noturnos, nossos banhos de escaldante sol da tarde,
Nossa sombra tépida e silenciosa,
Uma rede e uma cadeirinha,
Nossos olhares perdidos, horas e milhas distantes, entre si.
As horas de amor quente e provocante,
A profusão dos sentidos, a intimidade nua e indecente,
O maior amor do mundo, que você me dá quando me enlaça em seus braços,
Meus lábios lhe devolvem, com um longo beijo apaixonado.
O modo como você seca as minhas costas e o meu cabelo após o banho,
A forma como comemos biscoito no quarto, cuidando para não sujar a cama,
O novo abraço com o qual você me toma no meio da madrugada,
O abraço que me permite dormir em paz,
Os seus braços ao redor da minha cintura, a mesma que lhe presenteei.
O aprendizado que é a nossa relação, o nosso crescimento,
Nossos um milhão de planos, nosso futuro e nosso presente que nunca passa.
O medo que se dissipa, a sombra que desvanece
E a luz em mim que você acendeu e que ninguém apaga.
Eis o que os antigos deviam conhecer como Magicka,
O imenso zelo e cuidado, como o meu e o seu,
A urgente necessidade que é a sua presença para mim, a noite escura da minha alma, que insiste em cair quando você dobra a esquina.
Eis do que é feita a nossa comunidade: a sua honestidade, que não me deixa amar outro
E o meu amor, que lhe segura firmemente, que lhe ampara com ternas mãos e fortes braços.
Meus mui felizes dias com você, meu sorriso de homem feito e meu sorriso de menino levado.
Eu lhe trago flores, eu lhe cuido e eu lhe saro.
Você me faz feliz, me permite evoluir, me permite melhorar.
Nossa comum sociedade, razão dos meus dias,
Razão de todos os meus felizes dias,
Todos os meus felizes dias com você.

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Por Raphaël Crone.