terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Como Ama Um Menino.

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• Tenho escrito muitos poemas de amor, que interessante,
Eu, que a cada dia percebo que tão pouco sobre ele entendo.
Eu, que a cada dia dou adeus a uma quimera
E eu, que a cada hora desfio um rosário de desejos incolores. Inodoros.
• Assombro: você aparece no canto da porta, de repente: eis o que torna tudo diferente.
O entendimento que me vem, de que homem nenhum pode ser suficientemente solitário.
A sua imagem na porta: eis o que muda tudo para mim.
O tom carinhoso de sua voz ao telefone, miles away
• O suporte e o sentimento. O feeling confortador.
O abraçar de cada fibra do meu coração por seus braços completos.
As gotas de ternura que só você sabe espremer, o meu vinho que lhe dou de beber.
A ternura que apenas você me faz exprimir tão bem, deliberada homenagem ao você que mora em mim.
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Você me faz perder o medo de ser ridículo,
Me faz deitar em seu peito e dormir como uma criança.

Você me cuida e me vigia, me segura quando penso que não há mas ninguém,

Você me ampara e me alimenta.

Você se peocupa se tenho fome ou frio e se eu não consigo dormir, você me abraça e me faz sossegar.

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• Não há nada de especial em você, você é humano,
Mas insubstituívelmente necessário à minha existência fulgás.
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Você me observa pensativo, quando sento fora da casa e começo a fumar, silencioso
E eu não posso deixar de amá-lo quando vejo o seu sorriso preocupado e enternecedor,
Que dissipa e afasta a aflição, que livra-me do mal, como a oração.

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• Sou o menino da calça rasgada, com as pernas à mostra,
O rebelde sem causa e a tempestade da tarde, que você acalma com um beijo.
Você me faz escrever poemas de amor,
Não por mera pieguice, meros devaneios,
• Mas por que é através destas linhas tortas que eu posso expressar as mais profundas verdades que habitam dentro de mim.
O que as minhas palavras não podem formatar,
O que minha voz embargada não ousa proferir,
O que meus olhos tão claramente dizem sem som algum,
Eis o que estas tão-ditas linhas tortas dizem a você.
• Elas sintetizam o texto que meu coração redige dia-a-dia,
O que eu canto minuto-a-minuto,
Elas espantam o medo e me preparam o caminho, elas me levam até você.
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Eu me sinto belo quando olho para você.
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• Você é o espelho do meu incontido desejo de viver.
Eu me ajoelho e beijo suas mãos, cavalheiro.
Eu lhe beijo com lábios e ardoroso coração de menino,
Que não conhece a corrupção e que não anela nenhum outro mais.
Eu lhe beijo com a entrega do mais precioso tesouro que eu guardo,
• Eu lhe beijo com minh'alma e meu corpo,
Eu lhe entrego olhos e lábios, mãos e cintura.
Eu lhe presenteio com o que há em mim de melhor,
Eu lhe espero nesta distante praia, eu lhe visitarei no fim do mundo,
Eu cruzarei as imensidades e seremos um como sempre fomos,
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Eu lhe trarei flores e cozinharei para você.
Em minhas mãos estendidas, eu lhe entregarei o meu dom mais precioso,
Eu lhe darei a certeza de eterna companhia,
Eu lhe darei mel para corrigir a amargura da vida,
Eu lhe darei uma mão para segurar quando a noite for longa e fria,
• Eu lhe darei esperança, a mesma que me vem de você,
Devolverei-a, sim, a você.

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Eu serei um com você até que a eternidade passe, por um simples motivo:
Você me é suficiente e nenhum outro há para mim fora de você.
Até que os céus deixem de repousar sobre nós,
• Estaremos lá. Até que a última chama termine de arder,
Estaremos lá. Até que a última quimera morra,
Sim, acredite, estaremos ainda lá.
Até que repousemos da labuta, meu coraçãozinho,
• Acredite, ainda estarei lá com você,
Você comigo, e no fim de tudo, haverá apenas, acredite, uma grande luz,
Você, eu e o que pode ser deus: um grande, absoluto e indizível AMOR .

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Por Raphaël Crone.

O Preço da Poesia.

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[ Deixa eu dizer que te amo,/ Deixa eu pensar em você./ Isso m acalma, me acolhe a alma,/ Isso me ajuda a viver. ] * [ Marisa Monte & Arnaldo Antunes ]



Às vezes eu preciso tirar os meus dois pés do chão,
Eu preciso voar por um minuto.
Isso me ajuda a viver. A Marisa disse que acalma a alma.
É tão duro estar sempre aqui nesta realidade fria,
Cheia de incertas certezas!
Eu gostaria apenas de facilitar, de cantar uma canção campesina,
Uma melodia simples, sem rebuscamentos,
Apenas uns versinhos românticos,
Que acalmassem a minha alma realmente, poeta que sou.
Menino que sou, romântico e sentimental,
Oculto atrás de uma couraça de gente forte,
Mas frágil, que se magoa facilmente
E que chora sozinho trancado no quarto para continuar a ser gente forte,
Para não esmorecer.
Uma melodia sentimental, um abraço sentimental,
Uma palavra sentimental,
Que alimente meus sentimentos,
Era tudo o que pedia. Não recebi e me acostumei a não pedir mais.
Adeus, outro pedaço. Adeus, alma-de-menino,
Que insiste em se magoar e partir,
Mas que jamais morre. Um ser insensato.
Quem dá ouvidos à sensatez?
Neste momento sou apenas um desprotegido animalzinho sentimental,
Este é apenas um momento desconsolado que vai passar.
Vai passar quando você me abraçar novamente,
Quando você disser que tudo está bem.
Momentos sentimentais, eles me afetam realmente...
Deve ser por isso que tão poeta eu sou.
Um preço alto. Um motivo justo. Um desejo incontido,
Fremente. Um eu como ninguém mais pode ser

[ E uma amável cruz que a ninguém mais cabe carregar. ]

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Por Raphaël Crone .