quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Marianne




Não há expiação. Ande por essa estrada escura, Marianne,
Fique atenta para as sombras que se movimentam atrás das árvores,
Fique atenta para aqueles homens parados embaixo daquela ponte.
Você fez escolhas ruins e sabe, bem lá no fundo, que merece ser castigada. Não sabe?
Somos todos crianças assustadas, molhadas e tremendo de frio,
Oprimidas pelo peso de nossas escolhas. Não podemos nos furtar ao fardo que temos que carregar.
Encontre o seu destino, Marianne, levante as mãos para que sejam cravados mais alguns pregos. Entre ruas sujas e lençóis desalinhados, suspire por perdão, sangre como penitência.
Carregue a sua humanidade sobre os ombros, dilacere suas vulnerabilidades com os dentes e siga.
Abrace sozinha o seu futuro. Todos os demais têm seus próprios infernos para cuidar.


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