sábado, 27 de abril de 2013

Antes do Amanhecer



A luxúria se move nas sombras.
Ela nasce do mais recôndito espaço que existe entre suas sinapses,
Furtivamente esgueira-se por entre as rugas de sua testa
E o único vislumbre que ela dá de sua chegada é o brilho momentâneo em seus olhos semicerrados.
Então, ela chega e me consome, me devora:
Pele, músculos, braços e interiores,
Dimensões de abrasador desejo vermelho onde me arrojo.
Depois ela se vai, silenciosa como veio, marcada apenas por um rouco arquejo,
Nebulosa como a fumaça do meu cigarro que permanece após o alvorecer,
Que surge e nos abraça em incandescente fúria...

Passagens que uma manhã não testemunhou.


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Por Raphaël Crone

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