terça-feira, 6 de setembro de 2016

Tereza



De sua juventude, Tereza tinha aprendido três coisas. A primeira é que a beleza é como uma droga ilícita: gratuita por muito pouco tempo. A segunda, que deveria evitar envolver-se com pessoas comprometidas ou recentemente solteiras. A terceira coisa que aprendeu (e talvez a mais útil) foi a esboçar aquele sutil desinteresse pelas suas conquistas amorosas. Se as tratasse mal, elas não voltariam; se demonstrasse entusiasmo demais, tampouco, elas voltariam, pois julgariam-na desesperada e pronta a se apaixonar e assim se afastariam por medo de se envolver ou por se assustarem com tal possibilidade. Assim, Tereza aprendeu desde cedo, e não sem eventuais decepções, que o amor realmente é um jogo. Não de emoções, mas, puramente, de inteligência.


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