segunda-feira, 18 de maio de 2009

Enfado .

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Tem uma hora em que você se cansa de insistir.
Se o redondo deveria ser quadrado e não deixa de ser redondo,
A força certamente não há de ser útil para enquadrá-lo.
Palavras repetidas tornam-se mortalmente enfadonhas,
Profundamente dolorosas, como lacerações de espadachim.
O tempo, que é senhor das coisas do homem e de deus,
(Que não mata o Verbo e que aprimora o verbo)
Encarrega-se de aclarar os erros
E coroar com a razão os justos.
A paciência nunca deixa de ser virtude sábia, pois.

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Por Raphaël Crone.

4 comentários:

André disse...

Como gosto de seus textos!

Este, essencialmente você!

Muito me agradou a caracterização do tempo "que não mata o Verbo e que aprimora o verbo". Realmente poético, sem deixar de ser verdadeiro!

Fantástico, como sempre!

:)

La Motte Valois disse...

sim, temos que ser pacientes. precisamos acreditar em algo e as vezes nem sempre acreditamos. Os conceitos que criamos nada mais servem do que nos confundir.
Gostei dos teus textos e gostei da forma como se expressa.
Um abraço,
Ricardo

Raphaël disse...

Este texto foi escrito num momento de angústia, e serviu como que uma válvula de redenção para mim . Ele permitiu que eu pusesse pra fora o que me afligia, ainda que subjetivamente . Maravilhoso poder das letras !

Raphaël disse...

E obrigado, Ricardo e André ! Muito feliz por ser agradável !