sábado, 30 de maio de 2009

Última Noite.

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[ Turn the lights out,/ This shit is way too fucking bright./ Wanna poke my eyes out/ If you wanna mess with my eyesight./ Just let me get my head right,/ Where the hell am I?/ Who are you?/ What'd we do last night?/ Hey, who are you?/ What'd we do last night?/ Can't remember what I did last night,/ Maybe I shouldn't have given in but I just couldn't ./ I didn't but I think I might've,/ Everything, everything is still a blur.../ Can't remember what I did last night,/ Everything, everything is still a blur.../ Can't remember what I did last night,/ Everything, everything is still a blur... ] * [ Britney Spears ]


Acordei rolando entre lençóis cheirando a rosas e sexo,
Tomado por um torpor libidinoso, uma noite de aromas ilícitos.
Libertinagens.
Não consigo me concentrar, tudo parece diferente,
Como se a minha mente pedisse uma xícara de café forte para poder despertar enfim.
O que se passa comigo?
O que acontece?
De um canto do quarto mal iluminado pelas janelas de cortinas semicerradas
Emana o som de uma canção que eu não entendo bem,
Um som metálico de guitarras japonesas, gemidos ininteligíveis.
Ininteligível recordação que me vem e que me deixa.
Observo meu corpo nu entre os lençóis da cama
E igualmente noticio um vulto nu parado à porta do quarto, observando-me com um esgar de sorriso rasgando os lábios.
Pas de malice, pas de malice...
Uma sensação de cansaço me toma e mesmo percebendo que muito de mim está exposto aos olhos do estranho, não me dou ao trabalho de me cobrir.
Uma quebra de decoro.
A luz mal filtrada que ultrapassa os cortinados toca a minha pele salientando a sua brancura e a sua firmeza,
Por um minuto observo os traços em meu abdome, com a língua sinto meus lábios intumescidos,
Passando a mão por meu pescoço, sinto um frêmito que enrijece meus mamilos...
E o vulto a me observar. Interrogações interiores.
Não me recordo de muita coisa, tudo ainda é um borrão,
Tudo é confuso: o leito onde me deito e a sombra com quem me deitei outrora.
Sento-me na cama e meu corpo se insinua, tomo a sombra que se aproxima sorrindo e devagar por uma das mãos,
Faço-a sentar à minha frente e esta me toca: eu me arrepio.
Deitamos: as horas prosseguem.
Eu ainda não entendo, tudo ainda é um borrão em minha cabeça...
O que acontece?
Mas já não me importa tanto mais.

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Por Raphaël Crone.

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