domingo, 30 de março de 2014
Em Frente ao Espelho
Eu me derramo por entre as minhas frestas:
Quando contemplo o velho espelho de cobre, me derreto desde o meu interior.
Desfaço-me em fios de cabelos castanhos, em longos dedos incandescentes,
Dedilho-me, qual bandolim ao som da noite: ruídos lânguidos do efervescer.
Sou pele liquefeita, sob baço palor da madrugada,
Sou qual o âmbar luzidio que se derrete e cristaliza,
Quando me contemplo diante do espelho das fantasias ardentes:
Sobre rendas me desvaneço e me aninho, qual saudade acariciada.
Desfaço-me em vaidades, diante da minha figura no espelho,
Ora me incho, ora me derreto, torno-me em líquido perolado
E me recolho, para assim contemplar-me por toda a noite:
A capital e insolente vaidade que a juventude ensinou-me a cortejar...
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