segunda-feira, 1 de abril de 2013

Marie de Paris



J'adore a silhueta do seu corpo que se esparrama por entre os brancos lençóis da alcova,
Sua pele ebúrnea de princesa e seus cabelos loiros que rodeiam sua cabeça de meretriz.
J'adore mais ainda o branco dos seus dentes e o vermelho das maçãs do seu rosto, timidamente afogueadas;
O sorriso malicioso que vaza por entre seus lábios e o verde dos seus olhos ambíguos.
J'adore as canções que eu toco para você naquele violão envelhecido
E os cigarros que fumamos, brincando com a fumaça que dança sobre nós.
J'adore, Marie, os beijos cheios de significado que nossas bocas trocam,
A conversa silenciosa que travamos e as filosofias ordinárias que desfiamos durante a madrugada,
Regadas a champagne e risadas desatadas.
J'adore a liberdade exalada das suas narinas, a poesia que furtivamente foge dos seus dedos e o arranhar das suas garras vermelhas em minhas costas nuas.
J'adore o contorno das suas coxas e a forma como você trança os cabelos quando se levanta,
Trança frouxa e fios desalinhados, eu atrás de você, um beijo na nuca e um espasmo.
J'adore Marie comme j'adore Paris, comme j'adore Dior, comme j'adore Voltaire,
Efervescências físico-emocionais,
Amores boêmios e noites de venturas sem fim...

___
Por Raphaël Crone

Nenhum comentário: