quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Le fabuleux destin du Raphaël Poulain.

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Eu lhe beijo como a Amélie o faria,
Tão igual eu sou a ela.
Decobri isso hoje, embora suspeitasse-o há 23 anos.
Jeunet pintou-me bem num cinema alternativo.
Beijo-lhe enquanto a porta é cerrada por detrás de nós.
Beijo-lhe com meus olhos castos e medrosos.
Beijo-lhe o canto dos lábios e a nuca sussurrante.
Beijo-lhe em cada um dos olhos, suavemente.
Beijo-lhe a testa, em sinal de respeito e submissão,
Enquanto as lágrimas começam a me rolar face afora.
E por fim, beija-me os lábios,
Num prenúncio de eternidade medida,
Num prenúncio de felicidade espantada,
Num prenúncio de vida que ainda existe aqui, cá dentro.

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Por Raphaël Crone.

5 comentários:

Anônimo disse...

A minha boca nega o desejo pois ainda é virgem dos pecados, porém, transbordando de carinho.

Raphaël disse...

Este é um dos poemas onde mais senti meu coração bater enquanto o concebia . A cena do filme e o meu self vivente o trouxeram à luz qual querida crinça que nasce . Ele é o meu coração neste momento e a minha realidade durante a vida toda, e creio, em todas as vivas anteriores e sucessoras a esta . Me faz feliz saber que a você, André, esta realidade inspirou tal sentimento .

Raphaël disse...

E, engraçado, este poema nasceu numa tarde triste de véspera de Natal e me trouxe a alegria que me acompanhou noite afora .

Anônimo disse...

Erradia, o mesmo amor, e a mesma alegria com as quais formasse ele, afinal, "[i] Ele é o meu coração neste momento e a minha realidade durante a vida toda [/i]".

Mas, tenho certeza, que mesmo sem as palavras, inspiraria tais sentimentos em mim. Magnífico.

Anônimo disse...

Erradia, o mesmo amor, e a mesma alegria com as quais formasse ele, afinal, " Ele é o meu coração neste momento e a minha realidade durante a vida toda ".

Mas, tenho certeza, que mesmo sem as palavras, inspiraria tais sentimentos em mim. Magnífico.