quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Concerto de Raphaël.

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{ Ou ainda [ Quando Vovó Me Sentava ao Piano ] . }


Dedilho naquele velho piano uma canção triste.
Um tom agudo e um tom grave. Ma jeunesse.
A estranha juventude que é exalada de sons caducos,
Momento impressivo.
Não me importo em nomear compositores,
Importo-me em retirar daquele velho caduco pedaço de madeira oca uma canção triste.
Uma valsa lacrimejante. Uma taça de champagne.
Uma apogiatura singela, um acorde sonoro.
Um som que imite um lamento, um soluço,
Um som que seja úmido como minha lágrima,
Que seja rijo como minha tristeza
E que seja inconsistente como meu coração.

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Por Raphaël Crone.

3 comentários:

Anônimo disse...

Assim, esse suspense, por detrás de cada palavra, como uma sombra que some na esquina e reaparece de repente. Seus poemas, geram expectativa.

Raphaël disse...

O piano, o mistério, a penumbra . O fim e o início . O recomeço . O deus . Eis o que a vida quer ensinar .

Anônimo disse...

Tomando nota de cada aula, desse misterioso educandário. Aprendendo, sempre.

Começar é o que ela quer ensinar, preciso pôr em prática.