quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Uma Minha Necessidade.

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A dor que você me causou não morre.
Ela adormece, languidamente, embalada pelas distrações cotidianas.
Quando a noite cai, qual leoa, ela acorda
E me noticia sua ilustre presença indesejada.
Ela não morre, deveras eterna. Maldita.
Por vezes, entre o sono, ela me oprime o peito,
Me faz temer estar acordado.
Modos de noticiar sua presença.

Quando eu me lembro dos beijos doces e olhares afáveis,
Da forma infantil como falavas comigo no nosso infinito silêncio,
Quando recordo nossa cumplicidade e eterna ternura,
Ela ameaça despedaçar-me, impiedosa.
Torna-se tão pungente que penso ser insuportável
E neste momento eu desejo jamais ter deixado de ser criança.
Eu lamento a perda da inocência,
Lamento a inexprimível vontade recôndita de lhe ser novamente
E adormeço em meio a uma triste balada baldada de amor.

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Por Raphaël Crone.

3 comentários:

Anônimo disse...

ou minha imaginação é produtiva demais ou seu poema está muito bem escrito... consigo ver cenários, ambientes, lugares...

Escrito com o maior amor do mundo, este seu texto.

Raphaël disse...

Obrigado, querido! E este seu comentário é poético e amorável, escrito também com o maior amor do mundo, que fala ao meu coração .

Anônimo disse...

Suas palavras lavraram meu coração e fizeram brotar nele um mar de alegria. Como me faz bem você!

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