--
A dor que você me causou não morre.
Ela adormece, languidamente, embalada pelas distrações cotidianas.
Quando a noite cai, qual leoa, ela acorda
E me noticia sua ilustre presença indesejada.
Ela não morre, deveras eterna. Maldita.
Por vezes, entre o sono, ela me oprime o peito,
Me faz temer estar acordado.
Modos de noticiar sua presença.
Quando eu me lembro dos beijos doces e olhares afáveis,
Da forma infantil como falavas comigo no nosso infinito silêncio,
Quando recordo nossa cumplicidade e eterna ternura,
Ela ameaça despedaçar-me, impiedosa.
Torna-se tão pungente que penso ser insuportável
E neste momento eu desejo jamais ter deixado de ser criança.
Eu lamento a perda da inocência,
Lamento a inexprimível vontade recôndita de lhe ser novamente
E adormeço em meio a uma triste balada baldada de amor.
___
Por Raphaël Crone.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
ou minha imaginação é produtiva demais ou seu poema está muito bem escrito... consigo ver cenários, ambientes, lugares...
Escrito com o maior amor do mundo, este seu texto.
Obrigado, querido! E este seu comentário é poético e amorável, escrito também com o maior amor do mundo, que fala ao meu coração .
Suas palavras lavraram meu coração e fizeram brotar nele um mar de alegria. Como me faz bem você!
=]
Postar um comentário