domingo, 23 de novembro de 2008

Prière.

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[ A verdade tem muitas faces e assemelha-se à velha estrada que conduz a Avalon:/ o lugar para onde o caminho nos levará depende da nossa própria vontade e de nossos pensamentos,/ e, talvez, no fim, chegaremos ou à sagrada ilha da eternidade,/ ou aos padres, com seus sinos, sua morte, seu Satã e Inferno e danação.../ Mas talvez eu seja injusta com eles./ Até mesmo a Senhora do Lago, que odiava a batina do padre tanto quanto teria odiado a serpente venenosa,/ e com boas razões, censurou-me certa vez por falar mal do deus deles./ “Todos os deuses são um deus”, disse ela,/ então como já dissera muitas vezes antes,/ e como eu repeti para as minhas noviças inúmeras vezes,/ e como toda sacerdotisa, depois de mim, há de dizer novamente,/ “e todas as deusas são uma deusa, e há apenas um iniciador./ E cada homem a sua verdade, e Deus com ela”./ Mas esta é a minha verdade;/ eu, que sou Morgana, conto-vos estas coisas,/ Morgana que em tempos mais recentes foi chamada Morgana, a Fada. ] * [ Marion Zimmer Bradley ]
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Ensinai-me, Mãe, a olhar para o tempo além de meus olhos.
A olhar para as florestas de Lórien e para a imensidão que se perde além do meu dia.
Ajudai-me a contemplar os mundos paralelos
E a ouvir as canções dos elfos e duendes.
A encontrar consolo na beira de um regato e a respeitar a santidade da grama que piso,
A imponência e sabedoria das árvores anciãs
E a efervescência de magia na chuva que cai.
Ajudai-me a encontrar esperança em vosso regaço, Mãe,
Que planta, que cuida e que sega.
Tripla Bridget, sacerdotisa e cuidadora,
Ensinai-me a ter retidão de pensamento e mansidão.
A enxergar a luz em cada criatura
E a ser um convosco em minha longa caminhada além desta terra
Na qual peregrino por agora.
Mas não para sempre.

Que assim seja.

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Por Raphaël Crone.

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