domingo, 23 de novembro de 2008

Uma Questão de Medicina.


[ Eu estava confuso pelas forças existentes,/ Esquecendo nomes e rostos./ As pessoas passavam por mim pelas ruas como se pudessem me apagar./ Querido, você se esqueceu de tomar os seus remédios? ] * [ Placebo ]



Eu passo pelas ruas prestando atenção,
Mas nada me é reconhecível.
Pessoas estranhas, a mesma estranha padaria onde eu tomo meu café todas as manhãs,
A mesma estranha garçonete com cara de gato.
A noite foi longa.
O sexo e as consequências. Não reconheço a fachada do meu edifício
E nem me lembro bem quais das chaves abre meu apartamento.
Tudo gira e confunde-se na face daquela mendiga velha e gorda,
Sentada no banco da praça próxima.
Paris? Montparnasse?
Aqui mesmo. Oh, droga, eu me esqueci de tomar...
As consequências.
Tudo é frio e estranho. Distante.
A luz do sol que chega difusa até mim, lutando para vencer as grossas nuvens no céu.
As folhas que caíram depois da última chuva.
Meu celular que vibra no bolso de minha calça.
Onde ele está?
Droga, eu me esqueci novamente...

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Por Raphaël Crone.

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