sexta-feira, 5 de abril de 2013

Vaidade



Você é a minha vaidade, a fogueira onde, deliberadamente, me atiro e me consumo.
É por você que penteio os meus cabelos desalinhados pela manhã,
É por você que escolho a minha roupa mais bonita
E é por você que engraxo os meus sapatos.
Você é o meu luxo, o coração a quem tento impressionar com palavras e sorrisos,
Com elogios verdadeiros e momentos de abobalhada contemplação.
É você, meu bem, por quem meus olhos tímidos brilham,
Por você eles se destacam meio à multidão de olhares apagados e rasos.
Por você eu me perfumo e cruzo a cidade debaixo de chuva,
Chegando até você inodoro como água e tiritando de frio como se gelo estivesse dentro dos bolsos da minha calça.
Você é o meu encanto, o meu encantamento silencioso, que me traz um vislumbre de alegria quando aparece, de repente.
É a chama que me aquece no frio da madrugada e o reflexo do que há de melhor em mim, quando me olho no espelho:
Você é a doçura do meu sorriso, o arquejar do meu peito e a batida que foi pulada por meu coração maroto, que mesmo com minha falta de ritmo se envaidece por lhe pertencer, feliz.

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Por Raphaël Crone

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