terça-feira, 2 de abril de 2013

Cinzas



Aquela lareira se apagou há dias
E eu continuo sentado naquela poltrona em frente a ela, inerte.
Cinzas das nossas fotografias estão ali idas e mortas;
Copo e garrafas vazias espalhados aos meus pés.
O mesmo som de Leonard Cohen naquela vitrola cretina
E eu sem forças demais para fazê-lo se calar.
"Chelsea Hotel n°. 2" e "Suzanne" me fazem sentir pontadas mais dolorosas.
Essa falta que você me faz é uma dor pungente:
Já não como, já não falo, já não me cuido.
Apenas espero por alguém que não volta e apenas me abandono
Ao sutil movimento de respirar, às lembranças das carícias depostas, às cinzas das horas sem você...

___
Por Raphaël Crone

Nenhum comentário: