terça-feira, 2 de abril de 2013

Blecaute no Paraíso



Me sentia seguro, inalcançável;
Minhas pernas ágeis corriam e corriam, dia e noite.
Sentia meus pulmões se inflarem e desinflarem freneticamente,
Gotas pesadas de suor me escorrerem pelo pescoço,
A camiseta molhada pelo meu ego que me ensopava a pele.

Via a estrada adiante como irrisório pedaço de mundo,
Meu Éden iluminado pela energia que de mim se desprendia.
Tudo o que estava além das montanhas seria conquistado pela minha glória
E nada ou ninguém me convenceria a deixar para trás minha ousadia.

E então, numa curva, você apareceu: um susto!
Despretensiosamente você sugou de mim o desejo de me afastar
E eu diminuí a marcha, de taquicardia a uma bradicardia descompassada:
Meu coração arrítmico em suas mãos.

Você me parou e eu ainda não consigo fugir hoje,
Um blecaute no meu paraíso, a luz que irradia de você agora é a minha estrela,
Sol radiante, que me faz mero refletor da sua graça,
Graça sua, que hoje me faz viajar em sua luz fantástica...

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Por Raphaël Crone

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