sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Noites da Arábia.

Viagem, viagem,
Imensidão a imensidão.
Eu viajei de longe,
O vento suave do Nadq
Trouxe um perfume de Araar.
Esplendor de mil sóis brilharam, glória no meu caminho.
Nenhum amor mais puro ou raiva mais feroz
Poderiam vingar em meu coração que batia.
Viagem, viagem...
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(Sarah Brightman)


Precisamos de política e moral,
Ainda que nossos filhos sejam, naturalmente, a cada dia mais amorais.
Precisamos de compreensão,
Ainda que não sejamos compreendidos por ninguém e
nem desejemos compreender muita coisa.
Precisamos de sonhos,
Que tanjam as cordas de um lira para nos adormecer no deserto
e que nos impulsionem durante a cavalgada diurna por sobre os camelos taciturnos.
Precisamos de utopia. De medo. De terror.
Precisamos da angústia e da tristeza da solidão e da morte
para que escrevamos belas palavras,
em legado moral aos nossos filhos amorais.
Precisamos mergulhar no ventre de Sodoma,
Para que de lá resgatemos o velho Sade agonizante.
Precisamos de salvação perdida e relutante.
De agonia e morte.
De coragem.
Deslumbramento. Orgulho, preconceito e salvação.
Precisamos de redenção.
Redeemer. Redeemer.
Veja, a sua camisa está molhada por minhas lágrimas.
As lágrimas do medo da solidão, do medo da escuridão.
As mesmas lágrimas que tangem as cordas de minha lira.
As mesmas que me fazem escrever belas palavras
Em legado aos meus futuros filhos,
Temerosos e amorais,
filhos de meu amoral legado.

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Por Raphaël Crone.

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